O que são os ultrassons usados em exames médicos?
- Projeto Óptica UFPB
- 30 de mai.
- 2 min de leitura
Você sabia que a física está por trás do exame de ultrassom?
Spoiler: envolve ecos, ondas sonoras e até o efeito Doppler!
E não se preocupe se você não conhece alguma dessas coisas - nós te explicaremos melhor.
Introdução: Quando a gente fala em ultrassonografia parece algo 100% médico, né? Mas por trás das imagens que vemos ali está um show de física acontecendo em tempo real.
Teoria: Tudo começa com som — mas não qualquer som.
Quando algo vibra — como seu colega cantando uma música — essa vibração empurra as partículas de ar ao redor de vocês. Essas partículas, por sua vez, empurram as próximas, e assim por diante. Como uma corrente invisível, o ar carrega essa informação até o seu ouvido, onde seu cérebro transforma tudo em música. Isso é o som que conhecemos e ouvimos.
O aparelho usado nos exames, o transdutor, emite ondas de som de altíssima frequência, chamadas de ultra-sons. Essas ondas estão acima de 20 mil Hz (além do que o ouvido humano pode captar). Elas penetram no corpo e são refletidas cada vez que encontram tecidos com densidades diferentes.
O transdutor envia o som e recebe os ecos de volta. A física desse processo envolve reflexão de ondas em interfaces — a reflexão das ondas em diferentes partes do seu corpo. A máquina então mede o tempo de ida e volta desses ecos e usa isso pra formar uma imagem! Estranho pensar isso, que o som vira uma imagem, mas é o que acontece, o eco que volta é traduzido em pixels para o médico.
E tem mais: se o som encontra algo em movimento, como o sangue, ele sofre uma mudança na frequência — é o efeito Doppler.
É o mesmo fenômeno que faz a sirene de uma ambulância soar diferente quando se aproxima ou se afasta. No exame, isso permite ver o fluxo sanguíneo em tempo real, com cores indicando a direção e velocidade do sangue.
Conclusão: O resultado? Uma imagem precisa e baseada em física de ondas.Cada ponto da imagem é uma informação vinda de um eco. A densidade (dos músculos, ossos) e o tempo que o eco leva pra chegar determinam o tons de cinza da imagem.
Quando o som encontra tecidos mais densos (como ossos ou órgãos compactos), ele reflete muito, o aparelho recebe um eco forte e essa parte da imagem fica mais clara.
Já em regiões com líquido (como o líquido amniótico ao redor do bebê), o som quase não encontra resistência e passa direto, sem refletir muito, isso gera um eco mais fraco e essa parte da imagem fica mais escura.
O quanto de som é refletido depende da impedância acústica (Z) de cada tecido:

onde:
ρ é a densidade
c é a velocidade do som no tecido
Quando uma onda sonora encontra uma interface entre dois tecidos diferentes (com impedâncias acústicas Z 1 e Z 2 ), o coeficiente de reflexão (R):

Referências
Ondas sonoras: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/ondas-sonoras.htm
Ultrassom Doppler e Fluxo Sanguíneo: https://www.cuf.pt/saude-a-z/eco-doppler
Como funciona o ultrassom: https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/ultrassons-suas-aplicacoes.htm
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